• Programa à margem da lei

    “A ‘Noite Ilustrada' de domingo ilustrou bem ao País qual vai ser a actuação da comunicação social do Estado até às próximas eleições”, começou por nos dizer um jurista que não esconde a sua simpatia pelo MpD. O referido jurista que nos pediu anonimato deu um outro aviso: esta sondagem ou inquérito pode levar a RCV e o seu jornalista ao banco dos réus.

    A sondagem telefónica no programa do jornalista José Leite na RCV ditou que José Maria Neves e PAICV teriam uma larga vantagem sobre Agostinho Lopes e MpD (127 contra 36).

    Segundo o jurista, a RCV deveria ter um aconselhamento jurídico antes de fazer tal programa ou terá feito o mesmo propositadamente para servir o partido no poder E explica porquê: o Código Eleitoral, no seu artigo 91º diz o seguinte, no seu ponto 2: “Entre o dia da marcação das eleições (já foi marcado para 22 de Janeiro) e o do início da campanha eleitoral só é permitida a divulgação de resultados das sondagens ou inquéritos desde que entregues na Comissão Nacional de Eleições, até cinco dias antes da sua divulgação, acompanhada da indicação da empresas responsável e da entidade que encomendou e financiou a sondagem...”. O que não foi respeitado.

    Contactado por Expresso das ilhas, o Presidente da Comissão Nacional de Eleições, Bartolomeu Varela, disse desconhecer o caso porque não ouviu a rádio embora já tenha ouvido falar dela: “pelo que ouvi, fiquei preocupado”, avançou.

    CNE vai analisar o caso

    A CNE vai agora analisar o caso para avaliar se se trata de uma matéria do âmbito das competências do CNE, do Conselho de Comunicação Social ou mesmo da Procuradoria-Geral da República.

    E é neste aspecto que o jurista volta a repisar e aconselhar: “A CNE já devia ter enviado à RCV, oficiosamente uma contra-ordenação, porque este inquérito é completamente ilegal”.

    Assustado com o caminho que Cabo Verde está a enveredar como um Estado de Direito Democrático, o nosso interlocutor diz ainda que “o jornalista sanvicentino deve sentir-se envergonhado. Não creio que o sinta, porque não sabe, ou melhor, não conhece, a deontologia que, por regra, devia reger o exercício do jornalismo em Cabo Vede.

    “José Leite é um jornalista exemplar: por um lado, viola os estatutos do jornalista, quando empresta, comercialmente, a voz aos anúncios publicitários; por outro, ao arrepio da ética e do direito, faz frete ao seu PAICV, convencido de que o irá ajudar a derrotar o MpD”, acusa.

    Grandes Questões para RCV analisar

    Segundo o jurista, “quem mais perde com tudo isto são os jornalistas. Actos desses não ajudam a consolidar a credibilidade dos jornalistas, já de si, aliás, muito má. José Leite deve perceber que não deve usar o Estado”, leia-se a RCV, “para dar uma mãozinha ao seu partido, quanto mais não seja com a manifesta intenção de lançar a confusão no seio do eleitorado”.

    “Durante o programa houve uma manifesta vontade de atacar o MpD com um ouvinte a falar do episódio do encerramento temporário do programa Noite Ilustrada pela direcção da RCV, no ano 2000”, continua, estranhando o facto de “não se ter falado do “Clube de Imprensa” e de a “Noite Ilustrada” deste Governo ter silenciado, pura e simplesmente, o facto de um médico ter sido acusado de falsificar 17 atestados médicos; e de silenciar a acusação de alegado caso de pedofilia em que estaria envolvido um governante deste Governo ou mesmo de familiares do PM acusados de burla, cujo inquérito está há mais de um ano encalhado. Da sindicância solicitada à Câmara Municipal da Praia que não ata nem desata, e o facto da pessoa denunciada neste caso estar hoje à frente de uma instituição internacional a gerir milhões”, conclui. “A Noite Ilustrada podia até tentar compreender como está sendo feita a gestão do Programa Nacional de Luta Contra a Pobreza, ou a Operação Esperança e, já agora, o facto do Primeiro Ministro estar aqui e acolá a distribuir condecorações à margem da lei. Ou o Sr. José Leite está a pensar que o salário que lhe é pago no final do mês, não sai do bolso dos contribuintes”, finalizou.


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  • Se uns são colocados na linha da frente para encabeçar as listas nos círculos eleitorais entre portas, outros, com algum peso político nas anteriores direcções do partido ou mesmo a nível do Parlamento, ficam de fora. São os casos de Ulisses Correia e Silva que segundo apuramos não vai sequer constar da lista na Praia, tal como José Filomeno Carvalho.

     

    Em S. Vicente, o mesmo acontece em relação a Humberto Cardoso que, segundo consta não está disponível para continuar como deputado e João Medina que também ficou descartado.

    Na ilha do Fogo, mais concretamente nos Mosteiros a surpresa é a perda de popularidade de Francisco Barbosa Amado, com ganhos claros de Casimiro de Pina que vence o médico mesmo na zona onde Naco nasceu.

    A outra surpresa é José António Pinto Monteiro, natural de Santa Catarina mas deputado por Brava que vê as intenções de voto na sondagem realizada pelo MpD recair sobre José Maria Barros, o antigo autarca da “ilha das flores”. E por falar em Santa Catarina, ao que tudo indica a escolha de Mário Silva em detrimento de André Afonso pode não ser pacífica. O actual líder Parlamentar ventoinha não terá gostado de ser ultrapassado, até porque a sondagem encomendada pelo MpD, tinha Mário Silva como cabeça de lista em São Salvador do Mundo (Picos), lugar onde teria uma retumbante vitória sobre o candidato do PACV, João Baptista Pereira.

    No caso da ilha do Maio, é certo a retirada de Adalberto Higino Silva que, alegadamente, não quis ser sondado por ter já cumprido três mandatos, sempre como deputado para a ilha. Em seu lugar aparece o nome de Joana Rosa, actual Presidente da Assembleia Municipal do Maio.

    No Tarrafal, Expresso das ilhas sabe que houve uma espectacular quebra de popularidade de Mário Fernandes, apesar do seu performance no Parlamento que é reconhecido pela própria direcção do partido. Curiosamente, estes actuais deputados do MpD têm uma particularidade: são considerados os deputados com mais “voz” no Parlamento em oposição clara ao Governo e, ao mesmo tempo, grandes opositores da actual direcção de Agostinho Lopes, excepção feita a Ulisses Correia e Silva que aceitou coordenar o Gabinete de Estudos do partido, André Afonso (líder Parlamentar) e Adalberto Higino que não é militante do MpD mas sim independente.


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  • A escolha foi efectuada através de sondagem de opinião nos círculos eleitorais, mas em alguns concelhos o MpD vai ter dificuldades em decidir. Se uns entram, outros, considerados pesos pesados no partido, saem de cena. Enquanto isso o PRD vai brevemente assumir o seu apoio ao PAICV. O Congresso no final do mês pode decidir isso mesmo

     

    MpD já tem cabeças de lista

     

    Só no próximo dia 29 é que a cúpula do Movimento para a Democracia vai reunir-se para validar os nomes dos cabeças de listas que vão concorrer aos 17 círculos eleitorais, nas legislativas de 22 de Janeiro. Como já tinha anunciado em primeira mão neste semanário o Coordenador das Eleições do MpD de 2006, Rui Figueiredo Soares, à semelhança das autárquicas, o maior partido da oposição vai escolher os candidatos com base em sondagens. O que é visto por alguns pesos pesados do MpD como um erro político.

    Embora sem ter o conhecimento profundo do referido estudo, Expresso das ilhas está em condições de avançar alguns nomes para alguns círculos eleitorais.

    É assim que naturalmente na Praia, Agostinho Lopes como presidente do MpD será o cabeça de lista, seguindo-se-lhe, os dois vices, Victor Coutinho e Filomena Delgado. Logo a seguir, como quarto da lista, a grande surpresa será a inclusão de Eurico Monteiro, não se sabe ainda se como independente ou por indicação do PCD (ver texto ao lado). A outra surpresa será a inclusão de Jorge Carlos Fonseca na lista da Praia, tal como José Luís Livramento.

    Em relação a Santa Catarina, a escolha não deverá ser pacífica. Pelas informações recolhidas, Mário Silva deverá ser o cabeça de lista mas a sondagem efectuada pelo MpD foi feita na hipótese de São Salvador do Mundo ser considerado círculo eleitoral, o que não vai acontecer. Há quem diga que vai haver um puxa-puxa na elaboração da lista. André Afonso, Moisés Monteiro e Austelino Correia são nomes a reter, para não falar do peso de Carlos Albertino Veiga no concelho.

    Outro concelho importante é Santa Cruz, onde o MpD deverá indicar Orlando Dias como cabeça de lista. Em S. Miguel a aposta continuará a ser em Filipe Furtado, enquanto vai haver uma reviravolta em S. Domingos, com a apresentação de um professor, Clemente Garcia, em detrimento de Alexandre Monteiro ou José Luís Livramento. Ambos poderão fazer parte da lista da Praia.

    Para terminar a ronda pela ilha de Santiago, a escolha mais difícil deverá ser no Tarrafal, onde o actual deputado do MpD, Mário Fernandes aparece em terceiro lugar na sondagem, atrás de José Brito e José António Sousa. Surpreendente para alguns militantes que avaliam positivamente o desempenho de Fernandes no Parlamento.

    O factor Gualberto

    Em relação a S. Vicente é dado adquirido que Rui Figueiredo Soares será o cabeça de lista e é pouco provável que Gualberto do Rosário aceite ser o número dois na lista, tendo em conta o seu peso político de outrora. Contudo, o MpD está ciente de que tem de apresentar uma boa lista naquela ilha tendo em conta que o seu maior adversário, o PAICV, deverá apresentar como cabeça de lista, Manuel Inocêncio Sousa, seguido de Onésimo Silveira, Silvino da Luz e, provavelmente Mário Matos, como quarto homem, pesado que foi o score alcançado nas autárquicas de 2004.

    Mas se gorar a hipótese Gualberto do Rosário em S. Vicente, o MpD parece ter a opção pelo ex-presidente do partido no Sal, onde a militante Ricardina Lélis, tudo indica, goza de grande popularidade, a par do seu filho e também militante, Humberto Lélis. Apesar de ser a preferida pelos salenses, Expresso das ilhas sabe que Ricardina Lélis não deverá aceitar o desafio.

    Escolha difícil no Porto Novo

    Em Santo Antão a escolha está a ser difícil no Porto Novo, alegadamente, devido a um empate técnico dos candidatos a cabeça de lista na sondagem efectuada. O ex-autarca Joel Barros e vereador não eleito do MpD, Hildo Tavares deverão ser um dos eleitos. Em relação a Ribeira Grande, Jorge Santos deverá ser o cabeça de lista e António Jorge Delgado o segundo homem na lista. Falta saber se o ex-ministro da Cultura vai aceitar ser ultrapassado por um ex-dissidente do partido. Já no Paúl, a escolha deverá recair em Orlanda Ferreira.

    Teófilo Figueiredo vai se o cabeça de lista em S. Nicolau, enquanto que na Boa Vista ninguém tira o lugar a José Luís Santos. A actual Presidente da Assembleia Municipal do Maio, Joana Rosa, vai “render” Adalberto Higino Silva que terá recusado participar nas próximas eleições, cumpridos que já foram três mandatos.

    Arnaldo Silva no Fogo

    Mais a sul, na ilha do Fogo, a novidade é a escolha de Casimiro de Pina como cabeça de lista nos Mosteiros, destronando Francisco Barbosa Amado e Lourenço Lopes. O Secretário Executivo Nacional do MpD, Jorge Nogueira vai, mais uma vez, dar a cara por S. Filipe e tudo indica que terá como número dois Arnaldo Silva e ainda Alfredo Teixeira. José Maria Barros, também um ex-autarca, deverá ser o cabeça de lista na Brava.

    Falta agora saber quais são os cabeças de lista para a emigração, tendo em conta o peso político que têm no resultado final nas eleições em Cabo Verde, com seis deputados. Nas últimas eleições de 2001, o PAICV conseguiu eleger cinco deputados, contra um do MpD.


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  • Adilson Moreira Lopes Carvalho mais conhecido por Dá, foi encontrado sem vida, em São Pedro</personname />, zona conhecida como Bom Coi, perto de uma estrada, atrás de uma barraca que dizem ser o local onde dorme um guarda.    

    Segundo pudemos apurar no local, um pedreiro que estava por aquelas bandas disse que Dá, estava a brincar com uma coisa nas mãos, ao mesmo tempo que ia pressionado (tudo indica que ter sido um explosivo) com uma pedra.

    Os familiares consternados com esta situação pouco disseram sobre este trágico acidente que tirou a vida do jovem de 16 anos, estudante no Liceu de Achadinha.

    Né, um dos irmãos da vítima disse-nos que Adilson foi pastorar cabras, enquanto que o irmão mais velho, Adriano, questiona como foi lá parar o explosivo: “a Policia Judiciária disse-me que foi um explosivo. Não sabemos como esse explosivo veio cá parar e essa dúvida nos atormenta”.

    Testemunhas no local contaram igualmente à polícia que uma senhora que se encontrava dentro da barraca onde aconteceu a explosão ficou ferida sem gravidade mas deu entrada no Hospital Agostinho Neto para receber tratamento médico.


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  • Foi encontrado um cadáver que se presume ser de uma criança entre os 10 e os doze meses de vida num armazém da ELECTRA, a poucos metros do parque automóvel da POP para viaturas em transgressão, em Monte Babosa.

    Segundo pudemos apurar o cadáver foi encontrado quando um dos funcionários da ELECTRA serrava um tubo a meio naquelas instalações. Para seu espanto, dentro do tubo usado para obras de saneamento estava um cadáver de criança com a cabeça envolto a um saco de plástico que, segundo explicações de Delegado da saúde substituto da Praia, Dr. Domingos, “presume-se ter sido um estratagema para esconder a criança”, já que não avia sinais de asfixia.

    Dado ao estado do corpo praticamente mumificado não foi possível identificar o sexo da criança. Algo que será feito através da Polícia Judiciária, com a colaboração da PJ portuguesa.

     


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