• JLL afirma: PAICV não rima com educação

    Em entrevista a RAFANEWS José Luís Livramento ex- Ministro da Educação lança um breve olhar na seara de Filomena Martins e constata que houve retrocessos em vários domínios. A taxa de abandono escolar, os meninos de rua e a delinquência escolar aumentaram, e a falta de estratégia do PAICV para a educação é notória

     

    Delinquência juvenil é reflexo do abando escolar

     

    PAICV não rima com educação

         

    Falemos um bocadinho da Educação: tutelou esse sector durante a governação de Carlos Veiga. Como é que avalia o desempenho dos ministros do Governo de JMN, nesse sector?

    JLL – Não avalio o desempenho de ministros. Avalio o desempenho do Governo.

    O desempenho, não sou eu que avalio. São os dados existentes. Como disse há momentos, eu leio factos, e os factos indicam que vários indicadores muito importantes de Educação tiveram um retrocesso com o Governo do PAICV.

    Em primeiro lugar a taxa de abandono: os alunos, enquanto nós íamos às salas de aulas e estimulávamos a continuarem os estudos, no Governo do PAICV os alunos abandonaram os estudos, seja no ensino básico, seja no secundário. E isso tem as suas consequências. Os meninos de rua aumentaram e é o próprio ICM a dizer que, por exemplo de <metricconverter w:st="on" productid="2002 a">2002 a</metricconverter> essa parte, o número de crianças de rua aumentou de 440 para 660. Nós sentimos isso quando vamos a qualquer supermercado, quando estacionamos o nosso carro nas ruas, nos aeroportos, encontramos meninos a pedir, com papeis a pedir esmolas.

     

    E isso contribui para o aumento da insegurança e da delinquência.

    JLL – A delinquência juvenil não é por acaso. Ela resulta da desocupação dos jovens. Resulta directamente do abandono escolar, porque se os jovens estivessem lá onde deviam estar, nas escolas, não estariam nas ruas a aprender cada vez mais com os outros a delinquência juvenil. Uma das consequências do abandono escolar, promovido pelo PAICV é, de facto, o aumento da delinquência juvenil, através do aumento dos meninos de e na rua.

    Mas também o sucesso escolar. O sucesso escolar diminuiu drasticamente. O número de reprovações aumentou grandemente. São os dados estatísticos do próprio Ministério de Educação que o dizem. Vê-se que o PAICV teve uma política de tolher o acesso dos alunos a nível do secundário. O PAICV diz no seu programa que o MpD desenvolveu o ensino secundário sem qualquer controlo. Que significa isso? Significa que, enquanto o MpD deu espaço para os jovens estudar, o PAICV impôs medidas administrativas para eles não estudarem. É o caso do decreto/lei que exigiu que, para um aluno ir do 10º para o 11º ano, devia ter 12 valores nas disciplinas nucleares. Isso não existe em nenhuma parte do mundo. Só

    em Cabo Verde.</personname>

     

    A Universidade Pública, diz-se, arranca no próximo ano...

    JLL – Olhe, lá está. É mais um exemplo da incompetência desse Governo. A Universidade Pública, em 2000 estava criada, assim como estava criada uma Comissão de Instalação. O PAICV podia não estar de acordo com os termos da Comissão Instaladora ou com as pessoas que estavam na Comissão. Podia mudar e iniciar os trabalhos de instalação. Pergunto, por quê que só em 2004 que o PAICV vem criar essa Comissão Instaladora. Perdemos quatro anos com a Universidade Pública. É isso que priorisar a Universidade Pública?

    Quando se vem com retóricas de que Universidade Pública é muito importante, e é muito importante, de facto. Por isso é que nós criámos essa Universidade no ano 2000. Por que é que se vem com essa retórica quando se deixou quatro anos para se designar uma Comissão Instaladora.

     

    Tenho por mim que em 1999/2000 já havia indícios de que a Porto Editora poderia instalar-se

    em Cabo Verde</personname>, confirma?

    JLL – Confirmo. Não só a Porto Editora como a Teste Editora. Existe uma empresa da Teste Editora, aqui na Praia, desde essa época.

    Esse é um aspecto, vê-se da desorientação do Governo do PAICV, a nível da Educação, por que falha na estratégia. Diz-se que quis promover a qualidade do ensino mas falhou, porque falhou na estratégia. Um primeiro aspecto para a melhoria da qualidade de ensino é a existência de manuais escolares. A introdução de uma capacidade nacional de manuais escolares,

    em Cabo Verde</personname>, é fundamental.

    Não temos uma editora que se preze. Não temos uma livraria que se preze. A nível do ensino, para não falar no ensino superior, temos de ter uma capacidade: inclusive, penso que o Estado deve associar-se aos privados para criar uma empresa para a edição escolar, por exemplo.

     

    CAIXA

    JLL é director de campanha na Praia e garante que o MpD vai percorrer montes, vales e cutelos para fazer passar a sua mensagem

     

    José Luís Livramento, actualmente director de campanha do MpD, para o círculo eleitoral da Praia não revela a estratégia do seu partido para o embate que se avizinha, porque seria entregar ouro ao bandido, neste caso, ao adversário político, mas assegura que o seu partido vai adoptar a política de contacto porta a porta privilegiando um diálogo directo com o eleitorado.

    Nestes contactos o MpD vai falar da situação de Cabo Verde, dos programas e projectos para o país. Numa altura em que muitas pessoas começam a dar sinais de não acreditarem nos políticos e na democracia, porque “houve muita propaganda”, uma propaganda que o nosso informador considera “contraditória” com a situação real, da pessoa humana, o Movimento para a Democracia quer mostrar que é possível mudar, para melhor, a 22 de Janeiro.

    Levar as pessoas a “voltar a acreditar

    em Cabo Verde</personname>” é uma das prioridades do MpD, neste período eleitoral. A tarefa não é fácil, sabe Livramento e seus pares que para isso estão dispostos a percorrer os montes, vales e cutelos para falarem com os eleitores e fazer-lhes acreditar que é possível um desenvolvimento “justo” de Cabo Verde.

    Os vários foras que o gabinete de estudos estratégicos do MpD promoveu, no decurso de 2005, serviu como uma espécie de antecâmara para analisar vários sectores da sociedade. Os subsídios, adianta Livramento servem ao MpD, e garante que em breve os Ventoinhas vão apresentar o seu programa eleitoral com propostas concretas para o país, no sentido dos cabo-verdianos voltarem a ter “esperança e a acreditar”, no país que o MpD quer para todos.

    Livramento está confiante numa nova mudança, em 2006, e apela à união de todos os cabo-verdianos para que, a 22 de Janeiro, Cabo Verde possa ter outro Governo.


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